quinta-feira, julho 21, 2011

Ronda

Já foi a alguns dias!
Na semana da Páscoa a Scrambler e a StreetTriple foram dar uma volta pelo Sul de Espanha. Já por lá tinha andado Odama e a sua incansável Teneré , realmente confirma-mos que é uma região a conhecer.

Como felizmente isto tem sido andar de mota à fartazana não tem havido grande disponibilidade para grandes relatos. Mas com dizia o velho Herodes "mais vale tarde que nunca" ...

O tempo estava um espectáculo, pelo menos para nós, pois cairam tormentas por Lisboa e arredores. Para começar com chave de ouro arranca-mos até Montemor para entrar na N2 e desfrutar do belicimo asfalto e traçado até Ferreira do Alentejo. Logo no inicio a Speed Triple a dar sinais que gosta de pegar de empurrão. Até à fronteira a registar a autonomia maxima permitida pelos dos 12,5 litros do depósito da Mulhacen, 197Km. Os ultimos 200 metros até à bomba foi com ajuda da inércia e ligeiro declive descendente.

De Rosal de la Fronteira até à via rápida para Sevilha as estradas são bem boas! Passa-mos por Cabezas Rubias e Valverde Del Camino.

A zona de Sevilha é o enjo de alfurrecas do costume. Bué de transito e condutores alucinados. A seguir a Ultrera voltou-se aos traçados 5 estrelas. À medida que nos aproximava-mos de Ronda a estrada tornava-se mais sinuosa, a paisagem da planici ficava para trás e mudava-se para os ares de montanha.


Ronda é uma cidade muito nice, com arquitectura antiga e peculiar, como por exemplo as casas contruidas à beira da falésia rés-vés com o percepicio, crazy espanhuoles.

Me gutcha tapas e canhas! Um espanhol explicou-me que por lá camarones e gambas são coisas completamente diferente e que para me entenderem bem não posso falar devagar e pausadamente, tem que ser a disparar castelhano.

Olé!

Gastronomia e pinga à maneira. Rabo de boi, prato típico de Ronda . Para mim está a ficar claro que em Espanha nas regiões de montanha se come muito melhor que junto à costa ou nos grandes centros urbanos, onde se fica limitado às tapas e menus. Não é mau, mas todos os dias farta.

Como foi semana de Páscoa, as noites era a agitação do costume: andores, tipos com os barretes do KKK, gajos com tochas e banda a tocar musica dramática. Impressionante!

Motas + boas estradas = umas horas bem passadas
E assim foi no segundo dia desta passeata. Deixa-mos as tralhas no hostal em Ronda e fomos fazer a A369 + A405 até Algecirias. Estrada de montanha muito, muito boa! Está no meu top5.

Em Algecerias seguimos pela estrada rente ao Mediterrâneo e fomos até Puerto Barus, junto a Marbella. Aqui é só carrões topo de gama onde o BMW série7 salta à vista por ser uma banalidade perto de Porches, Masaratis, Ferraris e outros de preço upa, upa.
Marina cheia de iates grandes como o carvalho. Acho que estava lá o do gajo do Chelsea.
Mas digo-vos que aquela gente não parece feliz. Eles e elas muito sisudos, como cara que este mundo não lhes chega e que a realização passa por ter um iate ainda maior, que no meio desses objectivos não há espaço para umas pinocadas e umas gargalhadas como deve de ser.
Porcos capitalistas!

E o nirvana do dia acabou por ser um coito interrompido. O regresso a Ronda pela estrada A397 era para ser o ponto alto da viagem, mas no caminho meteu-se um nevoeiro demoníaco, que geralmente não deixava ver mais de 10 metros, mais o bónus de estar a chover! Coisa que nunca tinha assistido, nevoeiro + chuva, foi novidade para mim.

No regresso a Setúbal fizemos uma estrada típica de "cú de judas". Alcatrão bom, faixa de rodagem estreita, muita curva apertada e paisagem encantadora. Ideal para que quer relax. E foi nesta estradinha, A8126, que a Triple deu o peido mestre. Todos os dias teve que levar dois ou três empurrões para continuar, mas perto de Coripe, "onde o diabo perdeu as botas", a bateria esgotou completamente. Mais tarde foi diagnosticado que estava pifada uma bobine do alternador.

Mr. Van Peter em negociações com a assistência em viajem. São todas muita boas quando é para receberem os €€, mas na altura da verdade há sempre um 'mas' e dois ou três 'não é bem assim que está no contrato'.
Lá acabou a Triple por ir montada no reboque e a Mulhacen vir mais carregada. Fónix que o banco do pendura é muita bera!

4 comentários:

Motonauta disse...

Voltinha espectacular!

caferacer disse...

é bem , muito bom com boas fotos

Roadrunner disse...

Estás a ficar bom a contar estórias, ó Paulo! Já pensa-tes em escrever um livro!

E a moto do Mr. Peter é uma STREET, não uma Speed!

Muito bom!

Grande abraço.

Von Peter disse...

Paulo és dos maiores narradores das nossas aventuras na estrada. Grande abraço moço.
A street deu o peido mestre mas voltou em força !