
Pois é, já não ando de mota emprestada, a Tricker, que por acaso até é uma scrambler de pequena cilindrada. Depois de 16 anos de motociclismo estou rendido a este conceito, também aplicado na Derbi Mulhacen 659! A minha nova moto! Não desprezando as anteriores experiências, roadster, sportur, maxitrail e trail.
Reparo que quando se fala em scrambler, o pessoal das motos tem sempre a tendência para fazer a associação à Triumph. Apesar de dar o nome a um modelo desta marca inglesa, scrambler é antes de mais um conceito que por terras lusas ainda não teve grande sucesso.
Lembro-me que quando andei à procura de uma Yamaha Tricker tive que correr Seca e Meca para a encontrar, quando ponderei obter uma BMW XCountry só encontrei dificuldades, o próprio negócio com a Mulhacen 659 até me foi favorável porque a mota estava em saldo. Tudo isto pelo mesmo motivo, os modelos não tiveram aceitação e deixaram de ser importados.
Nos anos 70 a moda scrambler entrou em força na Europa, contagiada pelo entusiasmo Norte Americano das flat-tracks e dirt-tracks.
Não sendo uma mota de TT tem boa capacidade para o fazer, tendo características que facilitam essa tarefa, pneus mistos montados em jantes de raios, cursos de suspensão um pouco mais longos que as motos de estrada e uma motorização que favorece o andamento em zonas com piso de gravilha ou alguma areia solta, os monocilindricos e bicilindricos que disponibilizam um bom binário a baixa rotação.
Existem ainda outras características intrínsecas às scramblers. São de certo modo máquinas minimalista, desprovidas de carenagens. O ser leve, baixa e com um amplo guiador é requisito para se ter um melhor controlo fora de estrada. O emblema deste tipo de motos é a linha de escape paralela e junto ao banco, supostamente para ter vantagem em atravessar cursos de água.
Como a minha nova mota ainda está em rodagem, só vai com 260Km andados, ainda é cedo para grandes conclusões, mas já há algumas. É bem gira de se guiar!
Já mostrou que mesmo com pneus mistos com alguma goma curva bastante bem. As suspensões, Marzochi e Sachs, transmitem uma boa leitura do asfalto, tem um comportamento exemplar na travagem e em piso irregular, que é o que mais abunda por estas bandas, não deixam chegar o desconforto ao condutor e ao mesmo tempo dá a sensação de estar sempre em contacto com o piso.
O travão dianteiro Brembo é diabólico, nunca tive nenhuma mota que travasse tão bem!
Em relação ao motor, que é o Yamaha 660 das XT, ainda não foi explorado em todo o seu esplendor, mas já dá para ver que tem virtudes. Até o acho com um trabalhar mais certinho em manobras de baixa rotação que o Rotax da F650GS.
A primeira média que fez foi de 5litros/100Km, a minha expectativa é que depois da rodagem o valor baixe para os 4,5.
Ainda não a levei para fora de estrada, só o vou fazer depois das 1000Km, é que em TT é mais considerável o esforço a que a mecânica é sujeita. Quando no cárter estiver óleo como deve ser logo levo a Derbi a conhecer a Arrábida.
Mais scramblers:

Triumph, a mais famosa das scramblers em Portugal. Boa máquina, mas de aspecto demasiado clássico para o meu gosto. E na verdade estava à procura de uma média cilindrada, mais utilitária.



Uma adaptação feita pela Turatech na BMW F800GS.


... assim como a Voxon.


BSA de 1962 com new look.

Bem giras!